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O BRINCAR, A FESTA E A REVOLTA: outras formas de festa como forma de resistência nas Ocupações Urbanas da Izidora.

Cruzando essas três práticas sociais, o brincar, a festa e a revolta, a partir das falas das moradoras e moradores da Izidora, depara-se com momentos de alta sociabilidade, atitudes lúdicas e da expressão individual e coletiva de insubordinação contra o Estado, dando a esses territórios contornos libertários. Izidora é uma região de grande interesse imobiliário em Belo Horizonte-MG, ultima grande área verde da cidade e cenário de um dos maiores conflitos fundiários da America Latina.  A revolta, aqui, é entendida como uma reação espontânea que acontece em virtude de algum conflito. Pode-se conformar como um levante, uma insurreição ou, de forma organizada, como uma projeção de uma mudança social e política profunda, partindo de um ato de insubmissão. Afirma-se assim a luta da Izidora como uma revolta do povo que há muito tempo ali já existia e resistia perante um projeto de cidade excludente, desigual e feita para atender aos interesses da elite dominante. Ou seja, é o poder popular contra o poder das oligarquias. Dividem-se, assim, as narrativas dos moradores em três momentos. O brincar, a partir de suas histórias de vida, da infância e do que é vivenciado nos territórios e suas significações. A festa, como motor da vida social e possuidora de uma capacidade de criar situações sociais que são permeadas de riso e de jogo. E a revolta, esse ato de insubmissão em busca da libertação, aqui narrado pela história da luta dos moradores, a partir do processo de resistência imerso no conflito da Izidora.