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CASAIS SORODISCORDANTES PARA O HIV/AIDS: CONJUGALIDADE, PRAZERES E RISCOS

Nesta apresentação, apresentamos os resultados de duas pesquisas realizadas na cidade de João Pessoa (Paraíba), junto a casais com sorologia diferente para o HIV/Aids, a primeira delas, com casais heterossexuais e a segunda, com casais homossexuais. Centraremos nossa atenção em dois aspectos: primeiro, o próprio processo de ambas as pesquisas; segundo, o que esses estudos revelam em relação à conjugalidade estabelecida em situações de sorodiscordância. Em relação ao processo de pesquisa, discutiremos a invisibilidade de ambas as relações nos serviços de saúde, o que é indicativo da permanência de representações das pessoas com HIV/Aids a partir do que se considera "relações promíscuas" que não redundam em conjugalidade, o que não se coaduna com uma situação percebida em campo de aumento desse tipo de relações, acompanhando as mudanças no perfil da epidemia (de aguda para crônica). Comentaremos como na pesquisa com casais homossexuais foi possível encontrar outros espaços e redes para a procura de informantes (ONGs, redes informais), que não se mostraram viáveis na primeira pesquisa, apontando para uma maior biossocialidade em torno do HIV entre pessoas do segmento LGBT. Essas questões têm efeitos na vivência da conjugalidade sorodiscordante, que passa a ser norteada pelas noções de segredo e estigma de forma mais evidente entre os casais heterossexuais. Diante da impossibilidade de pensar esse tipo de relacionamentos, defenderemos que, para além dos riscos, os casais sorodiscordantes se mantém graças à solidariedade, afeto e prazeres, aspecto em que não se diferenciam de outras relações conjugais não marcadas pela diferença sorológica.

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