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Consumo de baixa renda: práticas e impactos na vida social de moradores de uma favela da América Latina

Através de uma pesquisa etnográfica, busca-se analisar as práticas e os impactos do consumo no cotidiano de famílias de baixa renda moradoras de uma favela da América Latina. Ou seja, como estas famílias, no dia-a-dia, consomem, mas também como percebem e lidam com os “olhares moralizantes” sobre o seu consumo? A isso juntam-se as condições de vida de cada família e a forma como se dá a vida no lugar em que vivem, na cidade e na favela. O consumo, proposto aqui, é entendido como um fenômeno ativo, constante no cotidiano dos indivíduos e que desempenha um “papel central como estruturador de valores que constroem identidades, regulam relações sociais, definem mapas culturais”, segundo a perspectiva de Rocha (2004, p.08). Assim, o consumo deve ser reconhecido “como parte integrante do mesmo sistema social que explica a disposição para o trabalho, ele próprio como parte integrante da necessidade social de relacionar-se com outras pessoas, e de ter materiais mediadores para essas relações” (2004, p.26). Isto significa compreender os bens, o trabalho e o consumo como totalidades do esquema social. A pesquisa revela as estratégias e práticas das famílias para adquirir certos bens e serviços mesmo quando não dispõem de recursos financeiros e sinaliza que quanto mais desprovidas de recursos, mais sofrem com uma certa “vigilância” de setores da sociedade, que veem uma falta de capacidade desses grupos de delegar sobre o que é melhor para suas vidas e a falta de aptidão dos mesmos em romper com a pobreza.

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