Um tema de grande relevância na etnologia amazônica é a caça e a relação homem-animal (que está no cerne do xamanismo), temática que ganhou ainda mais proeminência com o perspectivismo ameríndio. Tendo como base a experiência etnográfica entre os Wajãpi (grupo da família linguística Tupi-Guarani, que habita a Amazônia brasileira), pretendo colocar questões a essa articulação teórica a partir das relações travadas entre plantas e animais na vida wajãpi. Abordarei, assim, os saberes ecológicos dessa população, focalizando as relações entre distintos seres (para além da relação homem-caça), valendo-me das proposições de Gregory Bateson para refletir sobre uma rede de relações entre distintos seres. Objetiva-se, assim, apresentar uma discussão que insere os vegetais no panorama das cosmologias amazônicas de uma perspectiva de sua posição num conjunto de relações entre diferentes categorias de humanos e não-humanos.

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