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ESTRATÉGIAS DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO BRASILEIRO: ÁGUA, SEGURANÇA ALIMENTAR E TECNOLOGIAS SOCIAIS

O Semiárido brasileiro é a região semiárida mais populosa do mundo e um extenso território, notadamente marcado pela diversidade cultural e natural, mas com grandes períodos de estiagem. Durante as últimas décadas, o problema de escassez de água para o consumo humano nessa região está transformando as relações sociedade-ambiente e as dinâmicas organizativas, configurando assim, o sentido da “convivência com o Semiárido”. Em contraposição à noção de “combate à seca” a “convivência com o Semiárido” emerge como um movimento político disposto a implementar um conjunto de iniciativas de desenvolvimento, fundamentadas na construção de relações sociais e produtivas dentro de dinâmicas harmoniosas e condizentes com as particularidades locais. Dentre essas iniciativas, as tecnologias sociais de captação de água de chuva e produção de alimentos asseguram o acesso a água, garantindo a segurança alimentar e nutricional e criando condições sustentáveis para conviver com os ecossistemas. Tais tecnologias ocorrem a partir da iniciativa da sociedade civil organizada e representam uma solução de acesso aos recursos hídricos e alimentares à população rural de baixa renda, possibilitando novos parâmetros de vida e dignidade. Igualmente, auxiliam no resgate da dimensão cultural da questão alimentar, necessária para a formação de uma consciência capaz de compreender e incidir na realidade sociocultural da região e no bem-estar do seu povo. Nesta comunicação serão abordadas as relações entre as tecnologias sociais de acesso à água e a produção de alimentos, assim como suas interfaces com a segurança hídrica e alimentar no contexto da convivência com o semiárido. Além disso, a partir da temática da convivência, o trabalho examinará a influência das tecnologias sociais nas práticas produtivas e alimentares da cultura sertaneja como forma de garantia da soberania alimentar, mediante processos, técnicas e ferramentas baseados em conhecimentos locais e adaptadas ao ambiente.

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