Na última década, a televisão por assinatura no Brasil passou a exibir uma grande quantidade de programas relacionados ao universo da casa e da sua decoração. São programas, nacionais e estrangeiros, que veiculam não somente determinadas formas de morar e de decorar uma casa, mas que divulgam estilos de vida. Essas produções televisivas fazem parte daquilo que Bell & Hollows (2005) classificaram como “lifestyle media” (mídia de estilo de vida). Os autores afirmam que os estilos de vida divulgados pela mídia produzem, reproduzem e reformulam gostos e identidades da audiência, em particular, e da sociedade, em geral. A mídia apresenta aquilo que seus produtores consideram os estilos de vida adequados a cada grupo social, mas, a apresentação desses estilos permite também que as pessoas “comuns” reflitam sobre suas próprias práticas e seus próprios estilos de vida, ressignificando aquilo que é veiculado pelos programas de televisão. Nesta comunicação, propõe-se apresentar os resultados de uma pesquisa cujo objetivo geral é entender o papel e a função que os estilos de vida divulgados pela mídia exercem na formação dos gostos e das práticas cotidianas. Mais especificamente, trata-se de investigar as representações sobre a casa, seus espaços, seus móveis e seus objetos veiculados por determinados programas de TV veiculados nos canais da TV por assinatura. As análises dos programas selecionados, a partir de um levantamento das produções exibidas atualmente na TV fechada brasileira, estão sendo realizadas através do método que Rial (2004) definiu como “etnografia de tela”.

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