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AFETOS, MORALIDADES E MOBILIDADES MEDIADAS PELA TECNOLOGIA

Relações mediadas pela tecnologia tem gerado interrogações sobre as mudanças nas relações afetivas/sexuais/amorosas. Nesta apresentação exploro as narrativas de mulheres de classe média, entre 35 e 48 anos, residentes na cidade de São Paulo, que utilizam as tecnologias (sites de relacionamento, aplicativos, redes socias) para encontrar parceiros. Independência, autonomia e liberdade estão na base desses discursos e parecem constituir uma nova dinâmica relacional, que enfatiza o aproveitar a vida. Essas narrativas sugerem que as tecnologias móveis aumentam as possibilidades de encontros afetivos, mesmo quando se deslocam de sua cidade ou país. No entanto, noções de sexo, amor e afeto parecem seguir algumas regras de velhas dinâmicas relacionais, por exemplo, a separação entre a prática sexual e o idílio amoroso. Preocupadas com os julgamentos morais dos potenciais parceiros (não alijados de seus próprios julgamentos morais), essas mulheres enfatizam que o sucesso de uma parceria passa por algumas homogamias (capital cultural, estilos de vida, gostos) e, especialmente, se o parceiro tem condições de acompanhar financeiramente seu nível de vida. No jogo entre novas e velhas dinâmicas, procuro entender se, e como, as relações mediadas por tecnologias apontam para uma maior individualização, e como as diferenças (classe, geração, raça/cor, localização) operam na seleção de potenciais parceiros.

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