Este trabalho busca discutir e analisar questões que envolvem condutas homossexuais de mulheres, homens e travesties em intersecção com geração e experiência tendo como foco o Pantanal de Mato Grosso do Sul. A pesquisa foi desenvolvida a partir de entrevistas, do tipo história de vida, com pessoas com práticas homossexuais maiores de sessenta anos, residentes nas cidades de Corumbá e Ladário. Estas cidades funcionam como polos receptores de pessoas de cidades menores que ficam em seu entorno. O interesse da pesquisa é por estes migrantes, que viram na possibilidade de ir a um centro um pouco maior, ainda no interior, a expectativa de experimentar práticas e sociabilidades homossexuais, ainda problemáticas em suas cidades de origem. A discussão entre homossexualidade e envelhecimento terá como fio condutor o estudo da memória destes sujeitos, designadamente as expectativas deles na juventude, final dos anos 60 e 70, onde se vivia uma urbanização ainda precária na região e época em que o mundo começava a sofrer o impacto da epidemia de hiv-aids. Estas memórias serão contrapostas às condições atuais de vida. Entre tantas perguntas que a investigação buscou responder, talvez uma sobressaia: em que medida pode-se falar que as pessoas mais velhas com condutas homossexuais vivem uma condição de marginalidade e exclusão?