O CORPO EM TRANSGRESSÃO: PERFORMANCES NA PARADA DO ORGULHO GAY
Propomos que na Parada do Orgulho Gay, as performances transgressoras, mediadas pelo corpo, são formas de manifestação que objetivam a transformação social. Durante a revisão bibliográfica sobre o tema e as categorias que subsidiam seu estudo, elencamos como problema: quais as ações performáticas, e como ocorrem durante a Parada do Orgulho Gay, que buscam garantir visibilidade na sociedade acerca da luta social? A partir desse problema central, outro questionamento surge: de que forma a transgressão, de alguns códigos compreendidos como “normais” pela sociedade, vislumbram-se pelo corpo dos sujeitos durante tal evento? Para alcançar respostas aos questionamentos, objetivamos identificar as atitudes transgressoras que modificam e transformam a paisagem por meio de ações performáticas. Por isso, a necessidade de compreender categorias que nos forneça elementos importantes para desenvolver esse estudo como: corpo, transgressão, cenário e performance. Observamos que os grupos estabelecidos nos diferentes cenários do espaço urbano, por meio da ação performática, buscam ganhar mais visibilidade que outros. A interação do corpo com o espaço-cenário, demarcado durante a mobilização social, é o elemento que medeia à comunicação entre partícipes e observadores. Os adereços, ausência de roupas e mensagens exibidas pelos corpos surgem como intermediários entre os grupos sociais e a quem eles desejam atingir. O corpo performático transgride os parâmetros “aceitáveis” pela sociedade, rompe com a heteronormatividade e com a “ordem” imposta ao performatizar aquilo que causa aversão no cotidiano da cidade. Os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa foram a observação participante, o diário de campo e as entrevistas semi-estruturadas.
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