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ENVELHECIMENTO E ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA

O processo de envelhecimento populacional é mundial e irreversível. Esta realidade tem demandado das organizações internacionais e também dos governos, projetos a médio e longo prazo, que minimizem os impactos deste novo perfil demográfico, no que diz respeito à previdência social e ao cuidado, pois não só teremos mais idosos, como idosos mais velhos, que demandarão ajuda especializada. Como isso irá acontecer dependerá principalmente das condições socioeconômicas, da abrangência das políticas públicas e dos aspectos culturais. No Brasil são as populações mais pobres e que vivem nas regiões periféricas (geográfica e socialmente falando), denominadas vulneráveis, que sofrem mais os efeitos de políticas públicas pouco efetivas, vivendo, muitas vezes, em condições de invisibilidade. No entanto, etnografias podem revelar as transgressões, resistências e negociações locais e iluminar as práticas contextualizadas e eficientes. A pesquisa de campo que embasa este trabalho aponta alguns caminhos: primeiro, é necessário um recorte etário, pois é bastante diferente falarmos de pessoas com 65 anos e falarmos de pessoas com 85 anos, por exemplo. Homogeneizarmos esta população empobrece as análises. Segundo, é importante darmos visibilidade para as redes de ajuda mútua, que são compostas predominantemente por mulheres do núcleo familiar, pois pelo menos no espaço em questão elas têm um papel fundamental na construção de estratégias de sobrevivência e na transmissão de conhecimentos. Por último, é fundamental que não olhemos para os idosos apenas pela perspectiva da doença e da fragilidade, mas foquemos principalmente no potencial de agenciamento deste segmento.

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