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Cura-gay? - interfaces entre ciência, política e religião na produção narrativa da “restauração da identidade sexual”

O objetivo geral deste paper consiste em mapear e analisar o posicionamento de determinados agentes que despontam como lideranças religiosas e/ou política envolvidas na produção da controvérsia pública conhecida pela alcunha "cura Gay". Pressupõe-se que controvérsias como esta geram disputas e associações visando a produção e consolidação de sujeitos e saberes.  Como caso específico, propomos reconstruir e analisar narrativas públicas de três atores, tendo como escopo compreender o modo como manejam argumentos em defesa do tratamento psicoterapêutico visando a “restauração da identidade sexual”. Antes, porém, faz-se necessário mapear o que aqui denominamos como Rede Pastoral da Sexualidade, uma vez que entendemos a rede como um importante aglutinador de agentes e organizações que atuam como articuladores de trabalhos pastorais direcionados àqueles que “desejam voluntariamente abandonar o estilo de vida homossexual”. Seguimos aqui com a hipótese de que as práticas discursivas que configuram a produção de sujeitos e saberes e que integram formas de se falar e se perceber a sexualidade perpassam por uma reconfiguração contemporânea dos fluxos discursivos que constituem esses sujeitos. Tal reconfiguração diz respeito ao uso discursivo de gramáticas que conjugam transversalmente categorias religiosas (homossexualidade como pecado), políticas (quais práticas devem ou não ser reconhecidas pelo Estado) e científicas (homossexualidade como distúrbios psicológicos) e que constituem, numa perspectiva analítica, enunciados performativos de uma nova forma de poder pastoral.

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