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Perseguição religiosa e manutenção da memória: o papel das elites na conservação da Coleção Perseverança do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas

A Coleção Perseverança do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, é formada pelos despojos da devassa que ficou conhecida como “Operação Xangô”, a qual implicou na invasão e das principais casas de cultos religiosos afro-brasileiros de Maceió. Trata-se, portanto, das peças que sobreviveram ao “Quebra de 1912”, outro termo pelo qual ficou conhecida a ação capitaneada pela Liga dos Republicanos Combatentes, facção paramilitar surgida em fins de 1911, com o propósito de promover agitações populares na capital alagoana, durante a disputa eleitoral para escolha do governador do Estado. Assim, a Coleção Perseverança, insurge-se contra esse esquecimento, como uma espécie de memória renitente, cuja tenacidade, condizente com a denominação recebida, é fruto de processos complexos que remontam à seletividade verificada ainda por ocasião da invasão dos terreiros, a partir de quando, as peças preservadas vão percorrer um longo trajeto até o ponto e local onde se encontram atualmente, na sede do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Intentamos, pois, reconstituir esse percurso, remontando questões acerca dos critérios subjacentes à seleção das peças preservadas e das motivações por trás de sua conservação em espaços que se sucedem rumo à maior legitimação, e cuja movimentação é cuidadosamente acompanhada pela intelectualidade local, que não se exime de expressar suas impressões acerca do episódio e dos objetos que sobreviveram à perseguição daquelas práticas religiosas.

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