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Em nome da comunidade: a comissão de voluntários gestores do Museu Nacional de Imigração e Colonização de Joinville

A exposição discute as formas de apropriação social da cultura material encenadas no espaço institucional e discursivo dos museus históricos, tomando por objeto de análise o projeto de memória sustentado por uma comissão de voluntários gestores do Museu Nacional de Imigração e Colonização, localizado na cidade de Joinville, Santa Catarina, Brasil. A instalação, em 1961, da comissão incumbida de providenciar o núcleo inicial das coleções marca o momento em que a memória local passa a ser alvo de um trabalho intencional, sistemático e organizado de enquadramento étnico, sustentado por membros de tradicionais famílias de ascendência germânica, a quem o poder público tradicionalmente delegou a gestão da cultura na cidade. Se na retórica de valorização do patrimônio é comum a separação entre a esfera das atividades econômicas e o engajamento cultural, em Joinville, onde as políticas públicas foram historicamente implementadas pela via do mecenato e do voluntariado observa-se : a interpenetração e a transferência de recursos e competências de uma esfera a outra. Sob o beneplácito da municipalidade, os estabelecidos da cidade arrogaram-se à missão de perpetuar os valores de trabalho, empreendedorismo e “respeito à ordem” supostamente legados pelos antepassados. Ao fazê-lo, eles não apenas honravam a memória de seus ancestrais diretos, mas os elevavam a heróis civilizadores da coletividade, convertendo-os em emblema unificador das identidades locais. Essa associação é estabelecida no momento em que novos atores, sem qualquer vínculo com os referenciais de germanidade, aportavam a Joinville para trabalhar nas indústrias da cidade, conhecida como a “Manchester Catarinense”.

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