Artículo

FOTOGRAFIAS, VÍDEOS E REDES SOCIAIS ONLINE: OS JOVENS PRODUTORES CULTURAIS DAS PERIFERIAS DE SÃO PAULO E SUAS NARRATIVAS DE SI E DE SEUS TERRITÓRIOS

Temos presenciado nos últimos anos um forte movimento juvenil nas periferias de São Paulo (Brasil); por meio da literatura, poesia, teatro, música, dança, fotografia, vídeo e cinema eles estão alterando a relação centro-periferia e ganhando visibilidade na cidade. Se até então esses jovens viam-se representados principalmente nos noticiários e estatística criminais, a partir dessa movimentação cultural passaram a interferir e produzir suas representações e protagonismos na cidade. Munidos de seus computadores, câmeras fotográficas e de vídeo passaram a construir as narrativas de si e de seus territórios, registrando imagens de seus eventos culturais e produzindo documentários sobre seus bairros e cotidianos. A internet e as redes sociais online acolheram e amplificaram a extensão dessas fotografias, vídeos e textos, de modo que aos poucos começaram a reverter o estigma construído, também por meio de fotografias, vídeos e textos, sobre os jovens negros e pobres das periferias. Trava-se aí uma guerra de imagens na qual esses jovens, empoderados, passam a construir e divulgar uma outra imagem de si e de suas condições de vida. Este processo foi alavancado pelo Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) da Secretaria Municipal Cultura, uma importante política pública cultural voltada à grupos juvenis das periferias da cidade. Trata-se de um projeto de transferência de renda (cerca de US$ 12,000) para o desenvolvimento de projetos coletivos e de caráter cultural durante oito meses. Este trabalho traz como proposta o mapeamento e análise dos projetos contemplados pelo VAI nos últimos três anos e que envolvam especificamente a produção de fotografias e vídeos e a utilização explícita da internet e das redes sociais digitais. O objetivo é identificar os usos dessas tecnologias digitais por parte desses grupos juvenis e, a partir da leitura dessas imagens, detectar suas auto-representações, suas narrativas de si e de seus territórios.

(*)El autor o autora no ha asociado ningún archivo a este artículo