AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - PRÁTICAS ALIMENTARES TRADICIONAIS, PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE UMA COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBOS NO BRASIL. VL - IS - 2015 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2015 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2019/20/954/praticas-alimentares-tradicionais-preservacao-do-meio-ambiente-e-seguranca-alimentar-e-nutricional-de-uma-comunidade-remanescente-de-quilombos-no-brasil DO - doi:2015.AR0002970 AU - Gomes Murta, Nadja Maria A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 20/09/2019 KW - AB - Spanish: O presente trabalho objetiva discutir, a partir da situação vivida por uma comunidade remanescente de quilombos no Brasil, aspectos relativos à sua Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). A partir de estudo etnográfico realizado entre 2009 e 2012 percebemos que, pelo fato da comunidade estar em área de amortecimento de um Parque Nacional de proteção integral, a situação de SAN de seus habitantes está ameaçada. Embora a legislação brasileira garanta aos quilombolas o direito de manutenção de suas práticas tradicionais de subsistência, algumas práticas alimentares, baseadas na interdependência com o território/ecossistema, como coleta de vegetais silvestres e caça de animais, são tidas como atos de infração em áreas de proteção integral. Mesmo cientes de estarem sujeitos a multas e apreensões, seus habitantes as mantém, o que tem causado tensões entre os gestores do Parque e os habitantes da comunidade, bem como entre gestores públicos. A discussão sobre as práticas alimentares e SAN nessa comunidade revelou um embate que envolve três direitos garantidos pela Constituição brasileira: a Preservação do Meio Ambiente, as Populações Quilombolas e o Direito Humano à Alimentação Adequada. Destacamos que as práticas alimentares por eles mantidas lhes garantem uma alimentação “sem custos” e adequada em termos nutricionais (evidenciado em inquérito nutricional realizado como parte do estudo) e colocam em destaque os aspectos subjetivos e culturais relacionados à alimentação (memória gustativa, técnicas de coleta e preparo de alimentos não convencionais, dentre outros) dessa comunidade. Outro fato que não pode ser negligenciado é o de que a manutenção do ecossistema no qual a comunidade está inserida é primordial para a manutenção dessas práticas. Ao serem pensadas proposições para resolução das tensões existentes, os aspectos culturais da alimentação aqui apresentados devem ser considerados uma vez que o estado de segurança alimentar da comunidade pode ser colocado em risco. English: O presente trabalho objetiva discutir, a partir da situação vivida por uma comunidade remanescente de quilombos no Brasil, aspectos relativos à sua Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). A partir de estudo etnográfico realizado entre 2009 e 2012 percebemos que, pelo fato da comunidade estar em área de amortecimento de um Parque Nacional de proteção integral, a situação de SAN de seus habitantes está ameaçada. Embora a legislação brasileira garanta aos quilombolas o direito de manutenção de suas práticas tradicionais de subsistência, algumas práticas alimentares, baseadas na interdependência com o território/ecossistema, como coleta de vegetais silvestres e caça de animais, são tidas como atos de infração em áreas de proteção integral. Mesmo cientes de estarem sujeitos a multas e apreensões, seus habitantes as mantém, o que tem causado tensões entre os gestores do Parque e os habitantes da comunidade, bem como entre gestores públicos. A discussão sobre as práticas alimentares e SAN nessa comunidade revelou um embate que envolve três direitos garantidos pela Constituição brasileira: a Preservação do Meio Ambiente, as Populações Quilombolas e o Direito Humano à Alimentação Adequada. Destacamos que as práticas alimentares por eles mantidas lhes garantem uma alimentação “sem custos” e adequada em termos nutricionais (evidenciado em inquérito nutricional realizado como parte do estudo) e colocam em destaque os aspectos subjetivos e culturais relacionados à alimentação (memória gustativa, técnicas de coleta e preparo de alimentos não convencionais, dentre outros) dessa comunidade. Outro fato que não pode ser negligenciado é o de que a manutenção do ecossistema no qual a comunidade está inserida é primordial para a manutenção dessas práticas. Ao serem pensadas proposições para resolução das tensões existentes, os aspectos culturais da alimentação aqui apresentados devem ser considerados uma vez que o estado de segurança alimentar da comunidade pode ser colocado em risco. CR - Copyright; 2015 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -