AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - NUTRIR O DIÁLOGO NAS CANTINAS ESCOLARES DE ROMA: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INTERCULTURAL VL - IS - 2015 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2015 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2019/20/932/nutrir-o-dialogo-nas-cantinas-escolares-de-roma-politicas-publicas-para-a-educacao-intercultural DO - doi:2015.AR0002790 AU - Gentile, Chiara A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 20/09/2019 KW - AB - Spanish: Na Itália residem quase 5 milhões de estrangeiros. A presença de alunos filhos de imigrados é dado estrutural do sistema escolar. Relações interculturais e políticas públicas para a integração são questões sociais centrais, especialmente na escola. Capaz de fundir no material o imaterial da cultura, o alimento participa da construção identitária, é lugar favorável ao exercício de sincretismos diários. Os costumes alimentares refletem condições socioeconômicas, crenças, possibilidade de acesso a matérias primas. Os filhos dos migrantes vivem na encruzilhada, expostos a diferentes pressões: necessidade de consumar comida barata e de escassa qualidade, estímulo a formas de consumos “ocidentais”, vínculo com as tradições reforçado por pais preocupados com a perda de raízes. A definição da refeição escolar é um canal sensível para políticas públicas de integração intercultural. Na cantina escolar, processos de aculturação e educação envolvem diferentes atores, tanto em relação a aspectos nutricionais e de saúde, como à promoção da abertura à alteridade. A Prefeitura de Roma inaugura em 2008 um plano para introduzir na refeição escolar cardápios “étnicos”, relativos aos países de origem das maiores comunidades estrangeiras de Roma. O projeto é inovador, ganha o reconhecimento do Conselho da Europa. Mas sua aplicação provoca reações contrastantes. Enquanto muitos aplaudem, outros pais, docentes, administradores e políticos protestam: a defesa da tradição nacional se mistura com apelos à salvaguarda da saúde das crianças e com expressões xenófobas instigadas por fatos de crônica. Muitas escolas abandonam o projeto. Através das vozes de diferentes atores, apresentamos os elementos discursivos mobilizados em volta do projeto e suas implicações. O caso mostra como, no trajeto entre a formulação da política pública e seus destinatários, interpretações êmicas de soberania e segurança alimentar se tornam arena de disputa entre identidades culturais expostas, defesas e ameaçadas. English: Na Itália residem quase 5 milhões de estrangeiros. A presença de alunos filhos de imigrados é dado estrutural do sistema escolar. Relações interculturais e políticas públicas para a integração são questões sociais centrais, especialmente na escola. Capaz de fundir no material o imaterial da cultura, o alimento participa da construção identitária, é lugar favorável ao exercício de sincretismos diários. Os costumes alimentares refletem condições socioeconômicas, crenças, possibilidade de acesso a matérias primas. Os filhos dos migrantes vivem na encruzilhada, expostos a diferentes pressões: necessidade de consumar comida barata e de escassa qualidade, estímulo a formas de consumos “ocidentais”, vínculo com as tradições reforçado por pais preocupados com a perda de raízes. A definição da refeição escolar é um canal sensível para políticas públicas de integração intercultural. Na cantina escolar, processos de aculturação e educação envolvem diferentes atores, tanto em relação a aspectos nutricionais e de saúde, como à promoção da abertura à alteridade. A Prefeitura de Roma inaugura em 2008 um plano para introduzir na refeição escolar cardápios “étnicos”, relativos aos países de origem das maiores comunidades estrangeiras de Roma. O projeto é inovador, ganha o reconhecimento do Conselho da Europa. Mas sua aplicação provoca reações contrastantes. Enquanto muitos aplaudem, outros pais, docentes, administradores e políticos protestam: a defesa da tradição nacional se mistura com apelos à salvaguarda da saúde das crianças e com expressões xenófobas instigadas por fatos de crônica. Muitas escolas abandonam o projeto. Através das vozes de diferentes atores, apresentamos os elementos discursivos mobilizados em volta do projeto e suas implicações. O caso mostra como, no trajeto entre a formulação da política pública e seus destinatários, interpretações êmicas de soberania e segurança alimentar se tornam arena de disputa entre identidades culturais expostas, defesas e ameaçadas. CR - Copyright; 2015 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -