AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - “DECISÃO LIVRE E RESPONSÁVEL”: A CONSTRUÇÃO DE UMA CATEGORIA DE NORMALIZAÇÃO PELA LEGISLAÇÃO PORTUGUESA SOBRE PLANEJAMENTO FAMILIAR APÓS O 25 DE ABRIL DE 1974 VL - IS - 2022 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2022 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2022/12/4191/decisao-livre-e-responsavel-a-construcao-de-uma-categoria-de-normalizacao-pela-legislacao-portuguesa-sobre-planejamento-familiar-apos-o-25-de-abril-de-1974 DO - doi: AU - Joana Vidal Maia A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 12/08/2022 KW - poder, sexualidade, estudos de gênero, reprodução, legislação AB - Spanish: O direito é formulado a partir da expressão de práticas culturais e imaginações sociais, mas também produz esta realidade a partir da eficácia simbólica das regras que estabelece enquanto supostamente legítimas e universais (Borrillo 2010; Bourdieu 1989). Assim, faz sentido pensar as leis e outros documentos reguladores como artefatos etnográficos, parte e produtores de processos sociais, culturais, históricos, políticos e econômicos, vividos e organizados entre múltiplas forças sociais e sujeitos (Oscar 2019; Freire 2016; Lowenkron and Ferreira 2014). Este trabalho examina 26 documentos sobre planejamento familiar, educação sexual e interrupção voluntária da gravidez nos modelos de lei, decreto-lei, resolução, portaria e despacho, publicados em Portugal entre 1976 e 2015, observando a construção do que vem a compor uma ideia central que os permeia: promover condições às pessoas para uma “decisão livre e responsável” sobre ter ou não filhos a partir do acesso a recursos contraceptivos, processos educativos e aborto legal. No contraponto, tenta-se perceber e refletir sobre o que estes documentos consideram que seria uma decisão não-livre e irresponsável acerca da reprodução, entendendo ter ou não filhos como parte de um mesmo processo de reprodução biológico e social (Almeling 2015). A análise é elaborada a partir das discussões sobre gênero e sexualidade, considerando o sistema sociojurídico como parte do processo de constituição de parâmetros normalizadores da experiência sexual e reprodutiva (Foucault 1994; Butler 2004; Miskolci 2014; Rubin 2012). English: O direito é formulado a partir da expressão de práticas culturais e imaginações sociais, mas também produz esta realidade a partir da eficácia simbólica das regras que estabelece enquanto supostamente legítimas e universais (Borrillo 2010; Bourdieu 1989). Assim, faz sentido pensar as leis e outros documentos reguladores como artefatos etnográficos, parte e produtores de processos sociais, culturais, históricos, políticos e econômicos, vividos e organizados entre múltiplas forças sociais e sujeitos (Oscar 2019; Freire 2016; Lowenkron and Ferreira 2014). Este trabalho examina 26 documentos sobre planejamento familiar, educação sexual e interrupção voluntária da gravidez nos modelos de lei, decreto-lei, resolução, portaria e despacho, publicados em Portugal entre 1976 e 2015, observando a construção do que vem a compor uma ideia central que os permeia: promover condições às pessoas para uma “decisão livre e responsável” sobre ter ou não filhos a partir do acesso a recursos contraceptivos, processos educativos e aborto legal. No contraponto, tenta-se perceber e refletir sobre o que estes documentos consideram que seria uma decisão não-livre e irresponsável acerca da reprodução, entendendo ter ou não filhos como parte de um mesmo processo de reprodução biológico e social (Almeling 2015). A análise é elaborada a partir das discussões sobre gênero e sexualidade, considerando o sistema sociojurídico como parte do processo de constituição de parâmetros normalizadores da experiência sexual e reprodutiva (Foucault 1994; Butler 2004; Miskolci 2014; Rubin 2012). CR - Copyright; 2022 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -