AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - A Serpe no desenlace da luta entre mourisqueiros e bugios em Sobrado VL - IS - 2021 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2021 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2021/20/3639/a-serpe-no-desenlace-da-luta-entre-mourisqueiros-e-bugios-em-sobrado DO - doi:2021.AR0000580 AU - Pinto, Manuel A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 20/08/2021 KW - Serpe, Festa, Comunidade, Conflito, Festa de Mouros e Cristãos AB - Spanish: Uma das características das festas de mouros e cristãos traduz-se na representação performativa de um conflito de fundo histórico-cultural, com eventual disputa de espaços, imagens ou donzelas e pelo afrontamento entre sistemas de crenças. O antagonismo, termina, regra geral, com a vitória do lado cristão e, com frequência, a conversão do adversário. Estas festas revelam grande plasticidade, nas suas formas, funções e significações e tematizam o encontro gerador da comunidade consigo própria, através do diálogo com o diferente.Quer Portugal quer a Galiza tiveram um período de convivência com os mouros muito mais curto do que as restantes regiões peninsulares. No caso português, permanecem vivos o Auto de Floripes, das Neves, arredores de Viana do Castelo e a festa da Bugiada e Mouriscada, nos arredores do Porto.Na presente comunicação, proponho-me focar um ponto alto desta última festa, o do ataque mourisco ao castelo bugio e da prisão do Velho da Bugiada. Ganhando militarmente a guerra, os mourisqueiros são surpreendidos por uma enorme Serpe com que os Bugios conseguem, pelo efeito de surpresa e terror, recuperar o seu líder.A Serpe é um ente simbólico ambivalente, bastante presente na cultura popular, em particular nas festas de Corpus Christi. A hipótese que coloco é que no papel desta Serpe reside uma chave essencial de compreensão do confronto simbólico entre a comunidade sobradense e o grupo mourisco. Trata-se de explorar a consistência de uma leitura que supere a lógica derrota-vitória, sublinhando a dinâmica da sobrevivência e continuidade da comunidade que festeja. English: Uma das características das festas de mouros e cristãos traduz-se na representação performativa de um conflito de fundo histórico-cultural, com eventual disputa de espaços, imagens ou donzelas e pelo afrontamento entre sistemas de crenças. O antagonismo, termina, regra geral, com a vitória do lado cristão e, com frequência, a conversão do adversário. Estas festas revelam grande plasticidade, nas suas formas, funções e significações e tematizam o encontro gerador da comunidade consigo própria, através do diálogo com o diferente.Quer Portugal quer a Galiza tiveram um período de convivência com os mouros muito mais curto do que as restantes regiões peninsulares. No caso português, permanecem vivos o Auto de Floripes, das Neves, arredores de Viana do Castelo e a festa da Bugiada e Mouriscada, nos arredores do Porto.Na presente comunicação, proponho-me focar um ponto alto desta última festa, o do ataque mourisco ao castelo bugio e da prisão do Velho da Bugiada. Ganhando militarmente a guerra, os mourisqueiros são surpreendidos por uma enorme Serpe com que os Bugios conseguem, pelo efeito de surpresa e terror, recuperar o seu líder.A Serpe é um ente simbólico ambivalente, bastante presente na cultura popular, em particular nas festas de Corpus Christi. A hipótese que coloco é que no papel desta Serpe reside uma chave essencial de compreensão do confronto simbólico entre a comunidade sobradense e o grupo mourisco. Trata-se de explorar a consistência de uma leitura que supere a lógica derrota-vitória, sublinhando a dinâmica da sobrevivência e continuidade da comunidade que festeja. CR - Copyright; 2021 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -