AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - “Ela é nossa!”: ricochetes entre identidade e património na festa da Bugiada e Mouriscada VL - IS - 2021 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2021 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2021/20/3611/ela-e-nossa-ricochetes-entre-identidade-e-patrimonio-na-festa-da-bugiada-e-mouriscada DO - doi:2021.AR0000300 AU - Daun e Lorena, Carmo A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 20/08/2021 KW - festa; identidade; património. AB - Spanish: Na vila de Sobrado (Portugal) realiza-se uma festa muito pouco conhecida para lá dos limites geográficos e afectivos da localidade. É, no entanto, um elemento central do universo social local, foi objecto de emblematização à escala regional e de inventariação com vista a ser património nacional.A festa acontece a 24 de Junho, dia de São João, apesar de este não ser o santo padroeiro da freguesia e de o carácter religioso da festividade ser pouco expressivo. Na festa, a locução “Ela é nossa!” alude à imagem do santo. Porém, esta asserção é também usada com outros sentidos e fora do evento festivo. “Ela é nossa!” refere-se amiúde à própria festa. A festa é dos sobradenses. E esta reivindicação convoca múltiplas camadas de análise. Desde logo, a “tradição”. E com isto, a memória colectiva. Depois, o “património”, quer na sua acepção de herança, quer na sua mais badalada versão de “património cultural imaterial”. Aliás, foram os esforços para patrimonializar a festa que acentuaram este sentimento de “posse”, colocando os sobradenses perante a encruzilhada dos processos de patrimonialização, divididos entre o orgulho de ver a sua festa reconhecida e o receio de perderem o controlo sobre ela.“Ela é nossa!” vinca uma apropriação com diferentes alcances, mas todos remetem para um sentimento de pertença, todos veiculam uma afirmação identitária.Partindo do caso do São João de Sobrado – ou festa da Bugiada e Mouriscada – proponho uma reflexão sobre representações e práticas que nos falam sobre a estreita articulação entre identidade e património. English: Na vila de Sobrado (Portugal) realiza-se uma festa muito pouco conhecida para lá dos limites geográficos e afectivos da localidade. É, no entanto, um elemento central do universo social local, foi objecto de emblematização à escala regional e de inventariação com vista a ser património nacional.A festa acontece a 24 de Junho, dia de São João, apesar de este não ser o santo padroeiro da freguesia e de o carácter religioso da festividade ser pouco expressivo. Na festa, a locução “Ela é nossa!” alude à imagem do santo. Porém, esta asserção é também usada com outros sentidos e fora do evento festivo. “Ela é nossa!” refere-se amiúde à própria festa. A festa é dos sobradenses. E esta reivindicação convoca múltiplas camadas de análise. Desde logo, a “tradição”. E com isto, a memória colectiva. Depois, o “património”, quer na sua acepção de herança, quer na sua mais badalada versão de “património cultural imaterial”. Aliás, foram os esforços para patrimonializar a festa que acentuaram este sentimento de “posse”, colocando os sobradenses perante a encruzilhada dos processos de patrimonialização, divididos entre o orgulho de ver a sua festa reconhecida e o receio de perderem o controlo sobre ela.“Ela é nossa!” vinca uma apropriação com diferentes alcances, mas todos remetem para um sentimento de pertença, todos veiculam uma afirmação identitária.Partindo do caso do São João de Sobrado – ou festa da Bugiada e Mouriscada – proponho uma reflexão sobre representações e práticas que nos falam sobre a estreita articulação entre identidade e património. CR - Copyright; 2021 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -