AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - Vírus, linguagem e domesticação em ambientes multiespécies VL - IS - 2020 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2020 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2020/25/3556/virus-linguagem-e-domesticacao-em-ambientes-multiespecies DO - doi:2020.AR0004030 AU - Vianna, Beto A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 25/08/2020 KW - zoonoses, linguagem, domesticação, coontogenia, Parque dos Falcões AB - Spanish: Com a crise global deflagrada pela disseminação do coronavírus, experimenta-se uma mudança nos modos de relação social, como o confinamento, o distanciamento e o uso de equipamentos de uso pessoal para mediar o contato. Se o termo social é geralmente aplicado às relações humanas, não custa lembrar que as socialidades constituídas são mais que humanas. Há outros atores envolvidos – a começar pelo vírus –, em especial os animais, sempre apontados como fonte ou vetores das viroses pandêmicas, como a gripe suína e a gripe aviária. Enquanto em alguns debates públicos condena-se o contato íntimo com os animais, ou seu consumo, como nas feiras de Wuhan, perdemos a oportunidade de questionar modos mais arraigados de relação, em que os processos de domesticação são entendidos como controle e dominação, esquecendo-nos que afetamos e somos igualmente afetados, tanto quanto infectados, na coordenação de ações com outros organismos. A prática da falcoaria, em especial as relações estabelecidas no ambiente multiespécies do Parque dos Falcões, no estado de Sergipe, Brasil, oferece a oportunidade de distinguirmos, de modo mais promissor, os processos coontogênicos entre humanos e não humanos, que envolvem a linguagem, a co-domesticação, e o (inevitável) compartilhamento de nossos processos virais. English: Com a crise global deflagrada pela disseminação do coronavírus, experimenta-se uma mudança nos modos de relação social, como o confinamento, o distanciamento e o uso de equipamentos de uso pessoal para mediar o contato. Se o termo social é geralmente aplicado às relações humanas, não custa lembrar que as socialidades constituídas são mais que humanas. Há outros atores envolvidos – a começar pelo vírus –, em especial os animais, sempre apontados como fonte ou vetores das viroses pandêmicas, como a gripe suína e a gripe aviária. Enquanto em alguns debates públicos condena-se o contato íntimo com os animais, ou seu consumo, como nas feiras de Wuhan, perdemos a oportunidade de questionar modos mais arraigados de relação, em que os processos de domesticação são entendidos como controle e dominação, esquecendo-nos que afetamos e somos igualmente afetados, tanto quanto infectados, na coordenação de ações com outros organismos. A prática da falcoaria, em especial as relações estabelecidas no ambiente multiespécies do Parque dos Falcões, no estado de Sergipe, Brasil, oferece a oportunidade de distinguirmos, de modo mais promissor, os processos coontogênicos entre humanos e não humanos, que envolvem a linguagem, a co-domesticação, e o (inevitável) compartilhamento de nossos processos virais. CR - Copyright; 2020 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -