AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - Dos fragmentos pelos quais se tece uma etnografia: sobre as habilidades, artimanhas e escrutínios de fazer ver e vasculhar corpos. VL - IS - 2020 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2020 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2020/25/3509/dos-fragmentos-pelos-quais-se-tece-uma-etnografia-sobre-as-habilidades-artimanhas-e-escrutinios-de-fazer-ver-e-vasculhar-corpos DO - doi:2020.AR0003560 AU - Nadai, Larissa A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 25/08/2020 KW - Etnografia, medicina legal, instâncias estatais AB - Spanish: Esta comunicação toma como objeto de reflexão alguns fragmentos por meio dos quais o Instituto Médico Legal (IML) me foi dado a ver, durante minha pesquisa de doutorado. O entrelaçamento deste material aparentemente fragmentado, por sua vez, procurou enfrentar a negativa formulada pela Comissão Científica do IML de São Paulo, Brasil, à minha solicitação de pesquisa direcionada a esta corporação. A fim de driblar tais indeferimentos e rituais de autorização, passei a correlacionar (ou melhor, conectar), por meio de uma etnografia multissituada, aulas de medicina legal, vídeos, fotografias, slides, livros, necropsias e entrevistas que pude realizar ao longo de minha investigação. É sobre tais procedimentos de pesquisa e de escrita etnográfica que se debruça essa proposta de trabalho. Nesse sentido, esta comunicação utiliza-se dos meus próprios desconfortos frente a cadáveres e roturas himenais, para lançar luz às modalidades de conhecimento e governo destinadas a certos corpos, lesões e crimes. Na contramão de uma escrita de denúncia – contra a morosidade, falta, descaso ou violência empreendida pelas instâncias estatais –, minha aposta é que as descrições colocadas a esses campos de pesquisas devem restituir vínculos, descrever hiatos, recolocar o sangue, as lágrimas, os odores e os incômodos engendrados por destrezas tais como: vasculhar, examinar ou perscrutar o corpo e seus pedaços. Além disso, deve desnudar, trazendo a mostra através da escrita, um poderoso artificio e ardil forjado pelas técnicas de governo: os efeitos necessários e intransponíveis de fragmentação impostos a estas atuações e rotinas de trabalho. English: Esta comunicação toma como objeto de reflexão alguns fragmentos por meio dos quais o Instituto Médico Legal (IML) me foi dado a ver, durante minha pesquisa de doutorado. O entrelaçamento deste material aparentemente fragmentado, por sua vez, procurou enfrentar a negativa formulada pela Comissão Científica do IML de São Paulo, Brasil, à minha solicitação de pesquisa direcionada a esta corporação. A fim de driblar tais indeferimentos e rituais de autorização, passei a correlacionar (ou melhor, conectar), por meio de uma etnografia multissituada, aulas de medicina legal, vídeos, fotografias, slides, livros, necropsias e entrevistas que pude realizar ao longo de minha investigação. É sobre tais procedimentos de pesquisa e de escrita etnográfica que se debruça essa proposta de trabalho. Nesse sentido, esta comunicação utiliza-se dos meus próprios desconfortos frente a cadáveres e roturas himenais, para lançar luz às modalidades de conhecimento e governo destinadas a certos corpos, lesões e crimes. Na contramão de uma escrita de denúncia – contra a morosidade, falta, descaso ou violência empreendida pelas instâncias estatais –, minha aposta é que as descrições colocadas a esses campos de pesquisas devem restituir vínculos, descrever hiatos, recolocar o sangue, as lágrimas, os odores e os incômodos engendrados por destrezas tais como: vasculhar, examinar ou perscrutar o corpo e seus pedaços. Além disso, deve desnudar, trazendo a mostra através da escrita, um poderoso artificio e ardil forjado pelas técnicas de governo: os efeitos necessários e intransponíveis de fragmentação impostos a estas atuações e rotinas de trabalho. CR - Copyright; 2020 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -