AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - Não é fumaça, é fogo! Cruzada antigênero e resistências feministas no Brasil VL - IS - 2020 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2020 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2020/25/3258/nao-e-fumaca-e-fogo-cruzada-antigenero-e-resistencias-feministas-no-brasil DO - doi:2020.AR0001050 AU - MELO, FLAVIA A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 25/08/2020 KW - Antigênero; Feminismos; Brasil; Religião; Conservadorismo AB - Spanish: Eventos recentes posicionaram o gênero no cerne da vida pública brasileira. Neste artigo, descrevo dois processos de longa duração imbricados a isso: a cruzada antigênero e a eclosão da “primavera feminista”, como consideram algumas autoras. A primeira, estratégia católica transnacional, emergiu no Brasil em 2014. Anos depois, parlamentares pró-impeachment de Dilma Rousseff declararam votos em favor da família e contra a “ideologia de gênero” – expressão habilmente apropriada por uma poderosa coalizão cristã dentro e fora do parlamento brasileiro. Em 2018, a campanha antigênero voltou aos debates nacionais com as eleições presidenciais. O rechaço à candidatura de Jair Bolsonaro agregou milhares de mulheres nas redes sociais e nas ruas, formando o movimento #elenão. Porém, não se tratava de uma reação repentina ou inédita: as resistências das mulheres têm demonstrado a potência de suas alianças e contestado a tese da “cortina de fumaça” que rotula as táticas do atual governo. É o que demonstro na última parte do artigo ao analisar as medidas adotadas pelo governo federal, principalmente no âmbito do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, como a recém lançada campanha pela abstinência sexual para prevenir a gravidez precoce. English: Eventos recentes posicionaram o gênero no cerne da vida pública brasileira. Neste artigo, descrevo dois processos de longa duração imbricados a isso: a cruzada antigênero e a eclosão da “primavera feminista”, como consideram algumas autoras. A primeira, estratégia católica transnacional, emergiu no Brasil em 2014. Anos depois, parlamentares pró-impeachment de Dilma Rousseff declararam votos em favor da família e contra a “ideologia de gênero” – expressão habilmente apropriada por uma poderosa coalizão cristã dentro e fora do parlamento brasileiro. Em 2018, a campanha antigênero voltou aos debates nacionais com as eleições presidenciais. O rechaço à candidatura de Jair Bolsonaro agregou milhares de mulheres nas redes sociais e nas ruas, formando o movimento #elenão. Porém, não se tratava de uma reação repentina ou inédita: as resistências das mulheres têm demonstrado a potência de suas alianças e contestado a tese da “cortina de fumaça” que rotula as táticas do atual governo. É o que demonstro na última parte do artigo ao analisar as medidas adotadas pelo governo federal, principalmente no âmbito do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, como a recém lançada campanha pela abstinência sexual para prevenir a gravidez precoce. CR - Copyright; 2020 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -