AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - O JAGUAR NO PANTANAL – UMA ETNOGRAFIA MULTIESPÉCIES. VL - IS - 2015 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2015 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2019/20/2289/o-jaguar-no-pantanal-uma-etnografia-multiespecies DO - doi:2015.AR0002890 AU - Sussekind, Felipe A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 20/09/2019 KW - AB - Spanish: Este trabalho é fruto de uma pesquisa etnográfica desenvolvida no Pantanal matogrossense brasileiro, em propriedades rurais que abrigaram projetos científicos voltados para o estudo e a preservação da onça-pintada, ou jaguar. Há uma relação complexa entre ecologia, caça, criação de gado e turismo nessa região, que é habitada secularmente por gente e vacas. A onça é vista muitas vezes como um problema ou animal nocivo nesse contexto, o que remete às histórias locais sobre os zagaieiros, antigos caçadores que enfrentavam as onças apenas com uma espécie de lança de origem indígena, a zagaia. Nos estudos científicos realizados nas fazendas pantaneiras, a caça se converte em captura, e a onça, ao invés de ser abatida, leva um tiro de dardo anestésico para que possa fornecer dados e amostras para pesquisas. Há neste caso um processo de transição nas relações entre humanos e animais no âmbito do qual a natureza ameaçadora do passado se converte numa natureza frágil, ameaçada, que passa a precisar ser protegida das ações humanas. O Pantanal é também procurado por turistas de várias partes do mundo, que querem observar animais selvagens. O aparato turístico, com caminhonetes, guias, câmeras, produz uma determinada relação, colocando o humano na posição do sujeito observador e o animal na condição do objeto observado. O recorte ecológico depende, entretanto, de uma exclusão da presença humana na paisagem. Mas se vacas e vaqueiros desaparecem de cena no turismo, ele ganham o primeiro plano nos relatos apresentados neste estudo. O objetivo do trabalho é entender as relações constituídas em um lugar habitado por gente, gado e onças, onde as relações entre ver e ser visto, predador e presa, caçador humano e animal, são questões cruciais. A temática da reciprocidade do olhar pode dar origem a uma série de questões, principalmente quando a onça deixa de ser um item numa coleção de história natural e passa a habitar um mundo vivido. English: Este trabalho é fruto de uma pesquisa etnográfica desenvolvida no Pantanal matogrossense brasileiro, em propriedades rurais que abrigaram projetos científicos voltados para o estudo e a preservação da onça-pintada, ou jaguar. Há uma relação complexa entre ecologia, caça, criação de gado e turismo nessa região, que é habitada secularmente por gente e vacas. A onça é vista muitas vezes como um problema ou animal nocivo nesse contexto, o que remete às histórias locais sobre os zagaieiros, antigos caçadores que enfrentavam as onças apenas com uma espécie de lança de origem indígena, a zagaia. Nos estudos científicos realizados nas fazendas pantaneiras, a caça se converte em captura, e a onça, ao invés de ser abatida, leva um tiro de dardo anestésico para que possa fornecer dados e amostras para pesquisas. Há neste caso um processo de transição nas relações entre humanos e animais no âmbito do qual a natureza ameaçadora do passado se converte numa natureza frágil, ameaçada, que passa a precisar ser protegida das ações humanas. O Pantanal é também procurado por turistas de várias partes do mundo, que querem observar animais selvagens. O aparato turístico, com caminhonetes, guias, câmeras, produz uma determinada relação, colocando o humano na posição do sujeito observador e o animal na condição do objeto observado. O recorte ecológico depende, entretanto, de uma exclusão da presença humana na paisagem. Mas se vacas e vaqueiros desaparecem de cena no turismo, ele ganham o primeiro plano nos relatos apresentados neste estudo. O objetivo do trabalho é entender as relações constituídas em um lugar habitado por gente, gado e onças, onde as relações entre ver e ser visto, predador e presa, caçador humano e animal, são questões cruciais. A temática da reciprocidade do olhar pode dar origem a uma série de questões, principalmente quando a onça deixa de ser um item numa coleção de história natural e passa a habitar um mundo vivido. CR - Copyright; 2015 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -