AIBR http://www.aibr.org Registro AIBR, SSCI text/plain; charset=utf-8 TY - JOUR JO - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana TI - “Quando me convidaram, não levei a sério”: histórias de vida, hierarquias e lugares de poder no Parlamento Português VL - IS - 2019 PB - Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red T2 - ARIES, Anuario de Antropología Iberoamericana PY - 2019 M1 - SN - 2530-7843 UR - https://aries.aibr.org/articulo/2019/20/1974/quando-me-convidaram-nao-levei-a-serio-historias-de-vida-hierarquias-e-lugares-de-poder-no-parlamento-portugues DO - doi: AU - João Mineiro A2 - A3 - A4 - A5 - A6 - A7 - SP - LA - Esp DA - 20/09/2019 KW - Parlamento; Estado; Deputados; Antropologia política AB - Spanish: No discurso público é frequente ouvir-se falar “dos deputados” como se estes fossem um grupo social homogéneo e unificado. Estes discursos geralmente negligenciam o aspeto central que nesta comunicação irei abordar: a forma como distintas histórias e trajetórias de vida, se refletem em diferentes maneiras de pensar e exercer o poder político num Parlamento. Se para alguns deputados, estar no Parlamento foi “algo gradual e pensado”, para outros foi algo “imprevisível e inesperado”. Se alguns se sentem “peixes fora de água”, outros sentem-se “enguias em água doce”. De um ponto de vista antropológico, o que explica estas diferenças? Nesta comunicação argumento que distintas origens sociais e culturais potenciam ou inibem a possibilidade de acesso, permanência e adaptação às engrenagens do campo parlamentar. Engrenagens, essas, marcadas por lógicas hierárquicas, burocráticas e sócio-técnicas, que favorecem a capacidade de agênciamento de umas pessoas, em detrimento de outras. Assim, o Parlamento é um reflexo da realidade social e cultural, ao mesmo tempo que contribui para a sua modelação e reprodução. Defendo, então, que o campo político é um subconjunto relacional do espaço social, estruturado através de posições e disposições, a partir das quais os representantes disputam a posse do capital político, uma forma de capital simbólico, desigualmente distribuído, assente na crença, reconhecimento, autoridade e notoriedade. Capital, esse, que implica um “jogo duplo” entre a dependência dos aparelhos partidários e da influência fora do campo, estabelecendo um conjunto de fronteiras assentes em competências, linguagens, valores, retóricas e saberes, que se adquirem no processo de formação de habitus político. English: No discurso público é frequente ouvir-se falar “dos deputados” como se estes fossem um grupo social homogéneo e unificado. Estes discursos geralmente negligenciam o aspeto central que nesta comunicação irei abordar: a forma como distintas histórias e trajetórias de vida, se refletem em diferentes maneiras de pensar e exercer o poder político num Parlamento. Se para alguns deputados, estar no Parlamento foi “algo gradual e pensado”, para outros foi algo “imprevisível e inesperado”. Se alguns se sentem “peixes fora de água”, outros sentem-se “enguias em água doce”. De um ponto de vista antropológico, o que explica estas diferenças? Nesta comunicação argumento que distintas origens sociais e culturais potenciam ou inibem a possibilidade de acesso, permanência e adaptação às engrenagens do campo parlamentar. Engrenagens, essas, marcadas por lógicas hierárquicas, burocráticas e sócio-técnicas, que favorecem a capacidade de agênciamento de umas pessoas, em detrimento de outras. Assim, o Parlamento é um reflexo da realidade social e cultural, ao mesmo tempo que contribui para a sua modelação e reprodução. Defendo, então, que o campo político é um subconjunto relacional do espaço social, estruturado através de posições e disposições, a partir das quais os representantes disputam a posse do capital político, uma forma de capital simbólico, desigualmente distribuído, assente na crença, reconhecimento, autoridade e notoriedade. Capital, esse, que implica um “jogo duplo” entre a dependência dos aparelhos partidários e da influência fora do campo, estabelecendo um conjunto de fronteiras assentes em competências, linguagens, valores, retóricas e saberes, que se adquirem no processo de formação de habitus político. CR - Copyright; 2019 Asociación AIBR, Antropólogos Iberoamericanos en Red ER -